terça-feira, 18 de maio de 2010

Júlio Cezar - Nosso perplexo complexo (viário)


O trânsito está um caos

Somos todos reféns da sina triste de sinais, vermelhos.
Semáforos que retardam tantos destinos, embora estáticos permaneçam

Em um fluxo de motoristas estressados, cansados e adoecidos...
Remam contra a maré, uma massa de loucos ensandecidos
Todos reféns de tanta tortura, raiva, medo, sangue, suor e lágrimas

Passageiros, seguem aflitos, rumo à maçante confluência de inúteis entroncamentos

Avançam os homens e seus automóveis, na direção incerta das vicinais
Cortam caminhos, por estradas, passagens e avenidas. Vão para além das sagradas calçadas e acostamentos

Seguem afinal, fugitivos de tamanha lentidão
Tentando evitar infindáveis engarrafamentos
Para alguns não há saída, só lhes resta esperar

Enquanto isso, pedestres e ciclistas tentam sobreviver

Em meio ao tiroteio de pedais, embreagens e aceleradores suplicam sob os pés que os pisoteiam impiedosamente

Para onde iremos? O que será da nossa gente? Se aqueles que deveriam, não desatam os nossos nós

Não precisamos só de rotas alternativas, precisamos de governantes que saibam realmente dirigir, nos dois sentidos da palavra

Governantes que tenha habilidade para encontrar uma saída, e enfim consigam equilibrar os interesses da população

Cada um de nós somos responsáveis pela construção dos novos rumos de nossa cidade
Destinos que se traduzirão na drenagem de toda a falta de planejamento

E se converterão na pavimentação e na sedimentação do desenvolvimento que nos conduzirá a um progresso, realmente sustentável.

*Créditos da Foto: Lucivaldo Sena - Agência Pará.