terça-feira, 18 de maio de 2010

Júlio Cezar - Nosso perplexo complexo (viário)


O trânsito está um caos

Somos todos reféns da sina triste de sinais, vermelhos.
Semáforos que retardam tantos destinos, embora estáticos permaneçam

Em um fluxo de motoristas estressados, cansados e adoecidos...
Remam contra a maré, uma massa de loucos ensandecidos
Todos reféns de tanta tortura, raiva, medo, sangue, suor e lágrimas

Passageiros, seguem aflitos, rumo à maçante confluência de inúteis entroncamentos

Avançam os homens e seus automóveis, na direção incerta das vicinais
Cortam caminhos, por estradas, passagens e avenidas. Vão para além das sagradas calçadas e acostamentos

Seguem afinal, fugitivos de tamanha lentidão
Tentando evitar infindáveis engarrafamentos
Para alguns não há saída, só lhes resta esperar

Enquanto isso, pedestres e ciclistas tentam sobreviver

Em meio ao tiroteio de pedais, embreagens e aceleradores suplicam sob os pés que os pisoteiam impiedosamente

Para onde iremos? O que será da nossa gente? Se aqueles que deveriam, não desatam os nossos nós

Não precisamos só de rotas alternativas, precisamos de governantes que saibam realmente dirigir, nos dois sentidos da palavra

Governantes que tenha habilidade para encontrar uma saída, e enfim consigam equilibrar os interesses da população

Cada um de nós somos responsáveis pela construção dos novos rumos de nossa cidade
Destinos que se traduzirão na drenagem de toda a falta de planejamento

E se converterão na pavimentação e na sedimentação do desenvolvimento que nos conduzirá a um progresso, realmente sustentável.

*Créditos da Foto: Lucivaldo Sena - Agência Pará.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Crônica Inconfindente do Príncipe de Maquiavel

Insone
Trato de forma paliativa, a crise verborrágica que me assola
Volto ao ofício literário...
Ao vício autocrítico de escrever
Meu lápis rabisca frenético
A textura pálida do papel embranquecido

Meus versos buscam despertar aqueles que permanecem em transe coletivo
Aqueles que ainda adormecem em um sono profundo

Minhas palavras são asseadas perto da realidade imunda desse mundo

Desvendando vendavais invendíveis, prossigo adiante
Há quem duvide que a dúvida da vida me divide
Há quem não compreenda que quem aprende com a repreensão
Preso permanece à sabedoria e à prudência

Mas o que há melhor do que a própria experiência e a propriedade...
No agir e no pensar?
Quem sabe o que seria da gente na tentativa inútil de prevenir alguma dor?
Num jogo de rimas eloquentes...
Por quê não provocar a explosão radiotiva e reacionária de pensamentos inconsequentes
E sentimentos sem sentido?

Ora, sempre é mais fácil, errar e desistir...

Afinal, sendo o plano humano, é naturalmente falho
No simples propósito improvável de reconhecer em sua própria razão
A multidão manipulável, sem noção e informação daquilo que é realmente verdadeiro

Uma nação alienígena e alienável ante aos interesses escusos do poder
Como sobreviver ante à delinquência política?
Ante à marginalidade ideológica?
Ante ao magistério corruptível e corruptor do sistema "Democrático"-capitalista?

Até que nos reste corrigir os erros contemporâneos
E reagir ante a inércia das presentes gerações
Deixemos a madrugada de mais um dia clarear
As impressões distorcidas de uma racionalidade vegetativa
Na triste visão de uma cidadania tetraplégica
Uma sociedade que agoniza no leito de morte do SUS
Milhões de famílias que em coma induzido permanecem
Alheias a seus representantes
Que violam princípios, estupram valores
Éticos ou morais...
Só nos resta a sensação de desespero e alívio
Enquanto durar a União de nossos Estados terminais

Renasçamos juntos ò Brasil! Florão da América!

Salve! Salve!

...

Salvem-nos!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Filme biográfico mostra Lula antes da presidência


Estreia nesta sexta-feira em todo o País o polêmico “Lula, O Filho do Brasil”, de Fábio Barreto, interpretada por Glória Pires, dona Lindu, mãe do presidente, tem destaque na produção.

Esqueça os discursos em Brasília e os ternos bem cortados desenhados por estilistas. Churrasco na Granja do Torto? Nada disso passava pela cabeça de Luiz Inácio Lula da Silva na juventude. E é esse período da vida do atual presidente brasileiro que o filme “Lula, o Filho do Brasil’’, que chega aos cinemas sexta-feira, procura retratar.

Não significa, porém, que a política não esteja presente no filme. Lançado em ano eleitoral, é impossível não associá-lo à corrida presidencial. Não faltam também críticas da oposição, que vê no lançamento uma forma de beneficiar a candidata do PT à Presidência, a ministra da Casa Civil, Dilma Russef.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, José Aníbal, chegou a taxar o longa de “uma manobra absolutamente programada com intenção deliberada de favorecer o governo e os candidatos do governo’’. Até agora, Lula preferiu não comentar as críticas. No entanto, seus partidários já se manifestaram: o presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que, se a oposição reclama do filme sobre Lula, deveria fazer um sobre Fernando Henrique Cardoso. O diretor Fábio Barreto, que sofreu um acidente de carro e permanece internado, defendeu o longa na ocasião do lançamento: “Nunca tive a intenção de dar ao filme um caráter político. Meu objetivo é ajudar a indústria cinematográfica’’. A produtora Paula Barreto completou: “O projeto surgiu em 2003, e foram necessários esses sete anos para lançá-lo por causa das questões de produção mesmo. Além disso, acreditamos que janeiro é a melhor data comercial para lançá-lo. Outros sucessos, como “Meu Nome Não É Johnny’ e “Se Eu Fosse Você 2’, também foram lançados nesse período’’.

TRAMA

Embora a história esteja focada na trajetória de Lula desde a infância até o momento em que se tornou um dos principais líderes sindicalistas do país, dona Lindu, mãe do presidente, ganha bastante destaque. Interpretada por Glória Pires, é ela quem decide fugir de uma das secas mais devastadoras do sertão nordestino, em 1952. Depois de uma viagem em um ônibus pau-de-arara que durou 13 dias e 13 noites, ela e seus filhos chegam a Santos, onde estava seu marido, o alcoólatra Aristides (Milhem Cortaz).

“Depois que eu li o roteiro, fiquei encantada com a minha personagem e com a história dela’’, conta Glória, que, até aceitar o papel, desconhecia a realidade do movimento sindical em que Lula se envolveu nos anos 1980.

Rui Ricardo Diaz dá vida ao presidente adulto. “Ele não foi e não é um brasileiro comum’’, diz o ator. Inicialmente, Diaz fez teste para ser sindicalista ou enfermeiro, mas acabou escolhido para dar vida a Lula. O filme mostra os dois casamentos do protagonista -com Lurdes (Cléo Pires), que morreu em decorrência de problemas no parto, e Marisa Letícia (Juliana Baroni)-, o seu primeiro emprego em uma fábrica como torneiro mecânico, o acidente que fez com que perdesse um dedo e o engajamento político.

Para o papel, Diaz teve de passar por uma série de transformações. Além de ter engordado, precisou deixar a barba crescer. A semelhança, tanto gestual quanto física com Lula, é um dos pontos a favor da produção, que utiliza, em algumas cenas, imagens reais da época das greves no ABC. Assim como o longa “2 Filhos de Francisco’’, de Breno Silveira, “Lula, o Filho do Brasil’’ investe em cenas para emocionar.

Lula - O Filho do Brasil

Brasil, 2009 - 128 min - Drama

Direção: Fábio Barreto

Elenco: Rui Ricardo Diaz, Guilherme Tortólio, Felipe Falanga, Glória Pires, Lucélia Santos, Cléo Pires, Juliana Baroni, Milhem Cortaz.

(Diário do Pará)