quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Fafá de Belém - Artigo Especial de Aniversário

Filha do advogado e bancário Joaquim de Figueiredo (Seu Fefê) - falecido em 1997 - e de Eneida Palha, filha de uma família de políticos da região (Dona Dê), Fafá pertencia a uma família de classe média-alta da capital paraense e desde a infância destacava-se nas reuniões familiares com a voz afinada. Na adolescência já gostava de música e, em parceria com amigos, fez alguns espetáculos em bares e casas noturnas, fugindo de casa para realizar tal fato.

Em 1973 conheceu o baiano Roberto Satana, produtor do grupo Quinteto Violado e musical da Polygram, que a aconselhou a investir na carreira fonográfica. Incentivada por este, apresentou-se em alguns lugares como Rio de Janeiro, Salvador e em Belém. Nesse mesmo ano, estreou como cantora profissional no musical Tem muita goma no meu tacacá, que satirizou o cenário político da época. O espetáculo, estrelado no principal teatro de Belém, o Theatro da Paz, também contou com a participação especial do conterrâneo, o futuro ator Cacá Carvalho. Como as cantoras de sua geração, foi fortemente influenciada por cantores consagrados da MPB como Maysa, Roberto Carlos, Cauby Peixoto e os grupos Jovem Guarda e Beatles, ouvindo-os com entusiasmo, além de outros gêneros, como jazz, música clássica, e os grandes ídolos do rádio.

Maria de Fátima Palha de Figueiredo sempre gostou de cantar. Dona de uma das mais expressivas vendagens de discos no mercado nacional, presença constante nas paradas de sucesso e à frente de atribulada agenda de shows, nos últimos anos Fafá de Belém conquistou duramente o posto de estrela da nossa canção popular. Das feiras de agropecuária no interior do país e shows em praça pública até temporadas no eixo Rio - São Paulo, incluindo o Casino Estoril, em Portugal, ela é sempre vitoriosa.

Em 1976, Fafá lançou o primeiro LP, Tamba Tajá. Seu canto seduziu até o demolidor crítico de música brasileira do Jornal do Brasil, o temido José Ramos Tinhorão, que se derramou em elogios à jovem artista, apontando-a como uma cantora destinada a figurar no primeiro time da atual geração de grandes intérpretes brasileiros. O álbum seguinte, Água (1977) confirmava todas as previsões: atingiu cerca de 95 mil cópias vendidas.

Embora jamais tenha pensado em ser cantora profissional, desde os 9 anos de idade, Fafá de Belém, era uma atração nas festas promovidas pela família ou nas casas de amigos. Apesar de menina, interpretava como gente grande Ouça, sucesso de Maysa, ou Eu e a Brisa, de Johnny Half. Era uma garota que, como os da sua geração, amava os Beatles, era fã de Roberto Carlos e da turma da Jovem Guarda, mas também fascinada por jazz, música clássica, e que se emocionava ouvindo os grandes cantores de rádio, como Cauby Peixoto, Angela Maria, Núbia Lafayette e Orlando Silva, "Gente de punhal no peito", que ela gosta de tomar como modelos para interpretar.

O amplo leque de sua formação musical está refletido na seleção de seu repertório. Ela gravou de tudo, sem preconceito. Música regional, pérolas do cancioneiro popular, como Que Queres Tu De Mim, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, ou Você Vai Gostar (Casinha Branca) de Elpídio dos Santos. Rock, boleros, ritmos caribenhos, guarânias, afoxé, lambadas, sambas-canções, composições dos grandes nomes da MPB, Marcha-rancho, sertanejo, e muitos outros ritmos. Sem falar da polêmica apresentação que a musa das diretas deu ao Hino Nacional, contestada pela justiça e ovacionada pela platéia, cada vez mais numerosa de seus shows.

Foi a partir da decisão de virar a mesa e deixar o coração falar mais alto que Fafá tocou fundo a alma brasileira. Com a determinação que a caracteriza, os anos de estrada, uma forte intuição e o sucesso absoluto de canções escolhidas a dedo pela própria cantora em determinados momentos de sua vida, como Bilhete, de Ivan Lins e Victor Martins, que a fez romper o silêncio de um ano em 1982. Ou Memórias, de Leonardo, popular compositor pernambucano, responsável pela venda de meio milhão de cópias (Disco de Platina) do álbum Atrevida, Fafá atingia, então, o auge de sua carreira, sobretudo como cantora romântica.

Uma trajetória assombrosa, mas nada que surpreenda quem bem a conhece e às suas aparentes contradições. Não foi à toa que interpretava, com tamanha emoção e propriedade os versos de um dos maiores sucessos de sua carreira, Dentro De Mim Mora Um Anjo, de Suely Costa e Cacaso: Quem me vê assim cantando, não sabe nada de mim... Está aí uma das maiores verdades sobre Fafá de Belém, que sabe exatamente o que quer e do que é capaz.

Discografia

Universal Music/Polygram
1976 - Tamba Tajá
1977 - Água
1978 - Banho de cheiro
1979 - Estrela radiante
1980 - Crença
1982 - Essencial

Som Livre
1983 - Fafá de Belém
1985 - Aprendizes da esperança
1986 - Atrevida
1987 - Grandes amores
Universal Music/Polygram
1988 - Sozinha

BMG
1989 - Fafá
1991 - Doces palavras

Som Livre
1992 - Meu fado

BMG
1993 - Do fundo do meu coração

Sony Music
1994 - Cantiga pra ninar meu namorado
1995 - Fafá - ao vivo
1996 - Pássaro sonhador

WEA / Warner Music
1998 - Coração brasileiro
2000 - Maria de Fátima Palha Figueiredo
2002 - Piano e voz - ao vivo
2002 - O canto das águas

BMG
2004 - Tanto mar - Fafá de Belém canta Chico Buarque

EMI
2007 - Fafá de Belém - ao vivo (CD e DVD)



Para Fafá que completa nova idade neste próximo dia 10/08, desejamos os nossos Parabéns, e votos de saúde, vida longa e sucesso, hoje e sempre!